terça-feira, 6 de novembro de 2007

Quase que se pode desmaiar ao pensarmos na felicidade eterna do céu!

“Nós homens mudamos em muitas coisas, mas Deus não tirou uma “vírgula” dos seus mandamentos.
E depois, porque é que se quer sempre procurar adiar a morte, como se não se soubesse que, mais cedo ou mais tarde, ela deverá chegar?
Será que os nossos santos se comportaram assim? Não creio.
Ou se calhar duvidamos da misericórdia de Deus, como se pudéssemos deveras merecer o inferno depois da nossa morte.
Na realidade tê-lo-ia merecido, com os meus numerosos e graves pecados, mas Cristo não veio para o mundo para os justos, mas sim para procurar os que se tinham perdido. E para que nenhum pecador pudesse ter dúvidas, deu-nos um exemplo mesmo no momento da morte, salvando o bom ladrão.
Nunca teríamos serenidade nesta Terra se soubéssemos que Deus, o Senhor, não nos perdoa e portanto depois da morte deveríamos ter errar para sempre no inferno.
Se pensamentos do género não levam ao desespero de um homem, isto significa que ele já não acredita numa vida além da morte, ou que imagina o inferno como um lugar de diversão, sempre alegre. Se um nosso bom amigo nos propusesse uma longa viagem de prazer, naturalmente grátis e com tratamento de primeira classe, tentaríamos adiá-la sempre ou guardá-la-íamos para a velhice? Não creio.

Portanto, o que é a morte?
Também neste caso, não se trata de uma longa viagem que teremos que fazer, apesar de não ter retorno?
Mas pode existir um momento mais feliz daquele em que nos apercebemos de ter chegado às portas do paraíso?
Naturalmente, não nos podemos esquecer que antes disso, temos que nos purificar no purgatório, mas que ele não dura eternamente e que durante a vida esforçámo-nos por ajudar com as nossas orações as pobres almas dos mortos e que quem foi devoto à Mãe de Cristo pode ter a certeza que não ficará lá por muito tempo.
Quase que se pode desmaiar ao pensarmos na felicidade eterna do céu!
Como nos torna logo feliz uma pequena alegria que sentimos neste mundo!
E no entanto, o que são as breves alegrias terrenas comparadas com as que Jesus nos prometeu no Seu reino?
Nenhum olho as viu, nenhum ouvido ouviu e nenhum coração humano conheceu o que Deus preparou para aqueles que O amam.”




Beato Franz Jägerstätter,
Texto retirado das notas redigidas na prisão antes a condenação à morte



Ler biografia do Beato Franz Jägerstätter

1 comentário:

Ver para crer disse...

Dizes bem. Uma pequena e curta alegria enche-nos o coração. Como nos sentiremos saciados com a Bem-aventurança eterna!