sábado, 24 de março de 2007

A miséria e a misericódia

Ó tu que foste surpreendida em flagrante adultério,
que não só perdeste publicamente a honra,
como estavas prestes a perder a vida pela mão dos escribas e fariseus,
como conseguiste deteriorar a beleza da tua dignidade, da tua humanidade?
Diz-nos! Alerta-nos!

Apresentaram-te a Jesus para armar uma cilada
e ter um pretexto para acusá-lo.
Diante de ti, Ele se inclinou e começou a escrever.
Estavas à espera da tua condenação,
mas Ele te surpreendeu,
a ti e à multidão, quando disse:
“Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra”.
O que entendeste desta palavra? Ensina-nos!

Ao ouvirem tais palavras,
os que queriam a tua condenação foram saindo um após outro,
a começar pelos mais velhos,
e ficaste a sós com Jesus.
Ele perguntou onde estavam eles,
se eles te tinham condenado…
respondeste que ninguém o tinha feito.
Então Jesus, na sua misericórdia,
deu-te um juízo de absolvição:
“Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar”.
Como te sentiste? Comunica-nos!

Ó tu, a miséria humana,
a quem Jesus, a misericórdia,
restitui a beleza perdida da tua dignidade,
és sinal que todos valemos mais,
infinitamente mais, do que o nosso pecado.
Por ti, temos confiança!
Não há qualquer situação irremediavelmente destruída.
Alerta-nos!
Ensina-nos!
Comunica-nos como é a misericórdia do Senhor.


Inspirado do Evangelho segundo S. João 8, 1-11
e da homilia de D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima 13/10/2006

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