quinta-feira, 15 de março de 2007

Josémaria Escriba e a penitência

«A penitência é o cumprimento exacto do horário que te fixaste, mesmo se o teu corpo resista ou se o teu espírito pretende evadir-se em sonhos quiméricos. A penitência é acordar a horas. É também não deixar para logo, sem motivo válido, uma tarefa que te seja mais difícil ou te custe mais fazer do que outras.

A penitência consiste em saber conciliar as tuas obrigações para com Deus, os outros e ti próprio, mostrando-te exigente para contigo afim de encontrar tempo para cada coisa. És penitente quando te submetes amorosamente ao teu plano de oração, mesmo se estás cansado, sem desejo ou frio.

A penitência é tratar os outros sempre com a maior caridade, a começar pelos teus mais íntimos. É ter a maior delicadeza em ocupar-se daqueles que sofrem, dos doentes, daqueles que passam por uma provação. É responder com paciência à troça e à moléstia. É interromper ou mudar os nossos planos quando as circunstâncias, os bons, e sobretudo justos interesses dos outros assim o requerem.


A penitência consiste em suportar com boa disposição as muitas contrariedades do dia; em não abandonar a tua ocupação mesmo se perdes por momentos o entusiasmo com que a começaste; é comer agradecido aquilo que te servem, sem os teus caprichos aborrecerem.

A penitência para os pais é, em geral, igual para todos os que têm uma missão de direcção ou de educação, é corrigir quando é necessário, de acordo com a natureza do erro e das condições daquele que necessita de ajuda, sem subjectivismos obstinados e sentimentais.

O espírito da penitência leva-nos a não nos prender de maneira desordenada ao nosso esboço monumental de projectos futuros, no qual teríamos já previsto as linhas e pinceladas magistrais. Que alegria damos a Deus quando renunciamos aos nossos rascunhos e retoques de artistas amadores, e que permitamos que seja Ele que junte os traços e as cores que lhe agradam mais!»

São Josémaria Escriba

2 comentários:

Maria João disse...

A maior penitência é a do nosso dia-a-dia. É aquela que custa mais aguentar. Mas, com a ajuda de Deus, as coisas são diferentes. Suportam-se melhor e conseguimos ver mais facilmente uma luz no meio do mal e aprender com esse mal que aconteceu na nossa vida.

Não falo como cristão católica desde que nasci. Não. Aderir mesmo a Cristo só o fiz a partir dos 23 anos. Antes acreditava em Deus, mas não O conhecia. E podem crer que sem Ele, tudo é mais difícil. Ele liberta-nos, não nos deixa acorrentados. Essa ideia de que Deus só castiga e proíbe tudo é falsa. Deus é amor e está sempre de braços abertos à nossa espera.

Fátima F disse...

:)