terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

O pastorinho Francisco

O cristão é um discípulo de Cristo em constante conversão.
Ele necessita de arrepender-se, mudar, melhorar, conformar continuamente a sua vida ao Evangelho, para assim amar verdadeiramente a Deus e ao próximo como a si próprio.

Foi na escola de Maria e do seu Rosário que, ao sair da adolescência, despertei para um compromisso mais sério com Cristo…foi a mão da Mãe que me empurrou para um seguimento mais consciente do Filho. A mensagem da Virgem em Fátima, por ser realmente evangélica, mudou e continua a mudar minha e muitas outras vidas.

Noutros tempos, a vida de três crianças, Francisco, Jacinta e Lúcia também “converteu-se”, transformou-se com as aparições e palavras da Mãe de Jesus, “vestida de branco, mais brilhante que o sol”.
Muitos cristãos têm um afecto profundo por Maria, com o título de “Senhora de Fátima”, e pelos pastorinhos. Permitam-me confidenciar-lhes que, entre os três primos, nutro uma estima especial para o Francisco, por ser um pouco parecido com ele, e sobretudo pelo exemplo que ele é (não desprezando as outras duas videntes).
O pastorinho, dócil e condescendente, era sensível à beleza da natureza, deleitava-se com a solidão dos montes e ficava extasiado perante o nascer e pôr-do-sol.
Chamava ao astro rei, “candeia de Nosso Senhor” e enchia-se de alegria ao aparecerem as estrelas, “candeias dos Anjos”, e a Lua, “candeia de Nossa Senhora”. Ele foi como outro Francisco, o de Assis, um amante das criaturas do céu e da terra.
O que mais impressionava o pastorinho, e o absorvia nas aparições, era Deus na “luz imensa que ardia mas não queimava”, que penetrava o seu íntimo e o das outras duas crianças. Só a ele porém, Deus se dera a conhecer “tão triste”. Desde então viveu movido pelo único desejo de “consolar e dar alegria a Jesus”.
Frequentemente escondia-se atrás das árvores para rezar sozinho. Subia outras vezes para lugares mais elevados e solitários para se entregar à uma intensa oração que o separava do resto do mundo…pois, nem ouvia as vozes dos que o chamavam, chegando assim a uma verdadeira forma de união mística com o Senhor.
Ele era um contemplador da presença de Cristo na Eucaristia, e passava muito tempo diante do sacrário, adorando o Santíssimo Sacramento que chamava ternamente “Jesus escondido”.
Na sua vida, que foi breve (1908-1919), Francisco não se limitou apenas a ser um mensageiro da oração e da penitência, mas conformou a sua vida, mais com os gestos do que com as palavras, com a mensagem que ele anunciou. Ele foi um verdadeiro testemunha…ele é um exemplo a seguir para as crianças e pelos adultos.

Enquanto Jacinta parecia preocupada com o único pensamento de converter pecadores e livrar as almas do Inferno, ele (Francisco) parecia só pensar em consolar Nosso Senhor e Nossa Senhora, que lhe tinha parecido estarem tão tristes.”

Irmã Lúcia

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