segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Vocação certa?

Ontem, o programa “8º dia” da TVI, mostrou uma realidade muita esquecida por todos nós, e que existe dentro da Igreja: os sacerdotes e religiosos(as) que deixaram de “exercer”, que romperam com uma vida totalmente dedicada ao serviço de Deus.
Estes, regressaram a uma vida laical, muitas vezes empenhadíssima no seio das suas comunidades paroquiais, constituíram família, são pais, mães, avós, exercem uma profissão…
Mas o que sucedeu com eles para abandonar uma vida consagrada a Deus?
Porque mudaram de estado de vida?
Serão traidores da vocação que no passado abraçaram?
E as promessas feitas no compromisso vocacional?
Como é que Deus não preencheu as suas vidas?
Será que se enganaram na vocação, e para serem fiéis a Deus e a eles próprios, preferiram abandonar uma vida que não lhes correspondia? Cada caso é um caso, Deus é que sabe…mas acho que para muitos, foi o engano vocacional, de facto, eles não correspondiam ao carisma da vida sacerdotal ou religiosa, por isso deixaram-na para encontrar algo mais adequado à sua vivência de fé.
O Concílio Vaticano II abriu também novas perspectivas, tornou mais evidente que não é preciso ser padre, irmão ou irmã consagrados para viver a santidade, a vida íntima com Deus, alias, nunca o foi, o Evangelho não é elitista…todos são chamados por ele a habitar na amizade do Senhor.
Resta à Igreja aproveitar todos os que, de boa vontade, querem ajudá-la a anunciar a Boa Nova…acolher. Hoje, com a falta de sacerdotes, muitos falam de aproveitar estes padres casados, que romperam com a vida sacerdotal, para “fazer deles” diáconos permanentes…e porque não? Têm uma boa formação e vida espiritual...nunca há mãos suficientes para trabalhar na messe do Senhor, na pastoral, na catequese...
Como sempre, rezemos para que Espírito Santo sopre, inspire, ilumine a Igreja nestes novos caminhos e desafios que se abrem diante dela.

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