sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Quem pode entender toda a riqueza de uma das tuas palavras, Senhor?

«Quem pode entender toda a riqueza de uma das tuas palavras, Senhor?
Como gente sedenta que bebe a uma fonte, o que entendemos é muito menos do que aquilo que lá deixamos. As perspectivas da tua palavra são numerosas como as orientações daqueles que a estudam. O Senhor pintou a sua palavra de muitas belezas para que aquele que a perscruta possa contemplar o que Ele ama. Na sua palavra, Ele escondeu todos os tesouros para que cada um de nós encontrasse um tesouro meditando-a.

A palavra de Deus é uma árvore da vida que te presenteia de frutos abençoados; ela é como aquele rochedo que foi aberto no deserto para dar a todos os homens uma bebida espiritual. Segundo o Apóstolo, “comeram um alimento espiritual, beberam de uma fonte espiritual”.


Quem partilha de um pouco dessa riqueza não deve acreditar que apenas na palavra de Deus está o que ele procura. Pelo contrário, ele deve entender que foi capaz de descobrir uma só coisa entre muitas outras. Enriquecido pela palavra, ele não deve acreditar que esta ficou mais pobre; incapaz de a esgotar, que ele dê graças pela sua riqueza. Alegra-te porque estás saciado, mas não te entristeces por aquilo que te ultrapassa. Quem tem sede alegra-se de beber, mas não se entristece por esgotar a fonte. Que a fonte acalme a tua sede, sem que a tua sede esgote a fonte. Se a tua sede se saciar sem a fonte se esgotar, poderás beber lá de novo, sempre que tiveres sede. Se, pelo contrário, saciando-te, esgotares a fonte, a tua vitória tornar-se-á o teu infortúnio.

Dá graças por aquilo que recebeste e não lamentas o que não foi utilizado.
O que tomaste e levaste é a tua parte, mas o que permanece é também tua herança.
O que não pudeste receber prontamente por causa da tua fraqueza, recebê-lo-ás novamente se perseverares. Não tenhas o mau pensamento de alcançar aquilo que não pode ser alcançado numa só vez; não desistas, por negligência, àquilo que és capaz de assimilar pouco a pouco.»



Santo Efrém, Padre da Igreja (Séc IV)

1 comentário:

Reninha Catelli disse...

Sim, a Palavra de Deus é viva e nos vivifica!
É fonte de sabedoria e nos torna sábios!
Muito bom esse post!
Deus abençoe!