quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fora e dentro da Religião, serviu a Deus em toda a vida

D. Nuno Álvares Pereira, Nuno de Santa Maria, será a partir de 26 de Abril o novo Santo português, juntando assim o seu nome a uma lista que se estende desde antes do início da nacionalidade. A última canonização de um português aconteceu quando Paulo VI, a 3 de Outubro de 1976, declarou Santa a religiosa Beatriz da Silva.
Fundador da Casa de Bragança, D. Nuno nasceu em Santarém a 24 de Junho de 1360. Como Condestável do reino de Portugal, foi militar invencível; mas, vencendo se a si mesmo, pediu a admissão, como irmão leigo, na Ordem do Carmelo.
Morreu no domingo da Ressurreição do ano 1431 (1 de Abril).



«Admirável foi este santo varão pelas muitas e especiais virtudes que cultivou, não só depois do divórcio que fez com o mundo, mas também antes de receber o hábito religioso. (…)Exemplaríssima foi a humildade com que, fora e dentro da Religião, serviu a Deus em toda a vida. Como árvore frutífera cujos ramos mais se inclinam quando é maior o peso dos seus frutos, assim este virtuoso varão mais submisso se mostrava com os triunfos e com as virtudes. (…)
Depois de religioso, foi o servo de Deus mais admirável nos exercícios da caridade. Não se contentava com distribuir as esmolas pelo seu pagador, como no século fazia; mas pelas próprias mãos, na portaria deste convento, remediava a cada um a sua necessidade.Não menos caritativo era para com o seu próximo nas ocasiões que se lhe ofereciam de lhe acudir nas enfermidades. Assistia aos pobres nas doenças, não só com os alimentos necessários, mas com os regalos administrados por suas próprias mãos.Velava noites inteiras por não faltar com a assistência aos que nas doenças perigavam.Continuando o Venerável Nuno de Santa Maria as asperezas da vida, sem nunca afrouxar dos seus primeiros fervores, chegou ao ano de 1431 tão destituído de forças, que no corpo apenas conservava alguns alentos para poder mover se.Entrando enfim na última agonia, rogou que, para consolação do seu espírito, lhe lessem a Paixão de Cristo escrita pelo evangelista São João; logo que chegou à cláusula do Evangelho onde o mesmo Cristo, falando com sua Mãe Santíssima a respeito do amado discípulo, lhe diz: Eis o vosso filho, deu ele o último suspiro e entregou sua ditosa alma ao mesmo Senhor que a criara.»


Da Crónica dos Carmelitas da antiga e regular observância nos Reinos de Portugal


Combati o bom combate,
terminei a carreira,
guardei a fé.
O Senhor me dará a coroa da justiça.

(2 Tim 4, 7-8)

2 comentários:

Marinilce disse...

Belíssima caminhada e exemplo deste, desde já, santo homem de Deus.
Sabe que sua estória de vida me lembrou muitíssimo a do seráfico Pai São Francisco de Assis?
Deus te abençõe por esta postagem.
Mais um exemplo de vida santo a seguir.
Paz e Bem.

Maria João disse...

Rogai, por nós São Nuno!

Não esqueçamos o exemplo deste santo: deixou a riqueza material para ter a riqeuza de Deus!



beijos