terça-feira, 28 de agosto de 2007

Se vês a caridade, vês a Trindade

«Que ninguém diga : Não sei o que amar.
Que ele ama o seu irmão e assim amará o próprio amor.
De facto, ele conhece melhor o amor que o faz amar, do que o irmão que ele ama.
Ele pode então conhecer Deus melhor do que o seu irmão; muito melhor, porque Deus é mais presente; muito melhor, porque é mais íntimo; muito melhor, porque está mais certo.
Abraça o Deus de amor, e abraçarás Deus por amor.
É este amor que liga todos os bons anjos e todos os servos de Deus pelo laço da santidade, que nos liga a eles e entre nós, e nos une todos a ele.
Por isso, quanto mais formos isentos da voracidade do orgulho, mais seremos repletos de amor e do que, senão de Deus, está cheio aquele que está repleto de amor?
Mas, dirás tu: vejo a caridade, descubro-a quanto me possibilitam os olhos do espírito, e creio na Escritura que me diz: ‘Deus é caridade, e quem permanece na caridade permanece em Deus (Jo 4, 16); mas se vejo a caridade, não vejo nela a Trindade.
Porém, digo-te, se vês a caridade, vês a Trindade.»


Santo Agostinho, De Trinitate, VIII, 8,12

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