segunda-feira, 18 de junho de 2007

8º Centenário da Conversão de Francisco de Assis

Bento XVI visitou no passado domingo o túmulo de Francisco de Assis, por ocasião do oitavo centenário da conversão do santo fundador dos franciscanos…uma conversão ao amor de Cristo na pobreza.

Francisco de Assis, de nome de baptismo: João (Giovanni) e da família dos Bernardone, nasceu em 1182. Ele conheceu uma infância confortável. Filho de um rico comerciante, prepararam-no para suceder um dia ao pai. E como tinha dinheiro, tinha também muitos amigos: era o príncipe da juventude dourada de Assis. Sonhava em ser cavaleiro, mas a sua primeira experiência com as armas não correu muito bem: após um ano de conflito com a cidade vizinha de Perusa, ele é feito prisioneiro, e permanecerá no cárcere dois ano. Doente, ele é libertado, e volta a sonhar com a cavalaria. Mas, pouco a pouco, ele tem a intuição que tem algo maior para fazer... Porque não renunciar à glória das armas para servir a Cristo?
Ele inicia assim uma vida de oração intensa, procura o recolhimento, e aproxima-se dos pobres, dos leprosos, dos excluídos por excelência. O próprio Francisco, no seu Testamento, rubrica a data da sua conversão no convívio com os leprosos: “Praticava a misericórdia para com eles, e esperei pouco para sair do século…” Ele deixa o mundo para retirar-se a capela da São Damião nos arredores de Assis, onde Cristo comunica com ele através de um crucifixo. “Francisco, vai e restaura a minha casa, que, como vês, está em ruína…” Para Francisco, a visão em São Damiano é decisiva, associada com a experiência de Cristo Sofredor nos pobres e excluídos.
“A partir deste dia, o seu coração foi tão impressionado e tão dilacerado com a lembrança da Paixão do Senhor, que todo o resto da sua vida, ele guardou na sua alma, a memória dos estigmas do Senhor Jesus. A coisa veio a ser conhecida mais tarde, quando as chagas do Senhor se imprimiram no corpo de Francisco” (Tres Soc. 5, n°14).
Tendo ouvido a voz do Crucificado, Francisco pensou que Cristo queria reconstruir a capela de São Damiano. Pôs mãos à obra, mas o seu pai reclamou o dinheiro que serviu para a obra e fez comparecer o filho diante do tribunal do bispo. Ali, diante da família e dos amigos do pai, o jovem Francisco despojou-se de tudo, até das vestes e proclamou: “Doravante, não chamarei pai a Pedro Bernardone, mas ao Pai dos céus!”.
Partiu para o campo e levou uma vida de eremita e de penitente. Rapidamente, começou a pregar o Evangelho, e, alguns companheiros de infância, e jovens dos arredores, juntaram-se a ele. Procurando no Evangelho uma pista sobre a sua vocação, ficou tocado pelo envio dos discípulos em missão. Com os seus companheiros, Francisco decide aplicar à letra aquele trecho evangélico, começando uma obra de vida de pregação itinerante numa pobreza radical, que ainda hoje, perdura na Igreja e pelo mundo, através daqueles que se reclamam do carisma do Poverello de Assis.
Bendito seja Deus em São Francisco!

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