Círio pascal...luz de Cristo
A liturgia da Igreja, as suas orações, os seus textos, os seus gestos e símbolos, legada de geração em geração, mas sempre actual, é de uma grande riqueza espiritual para todos os fiéis…muitas vezes pouca entendida, mas na mesma saboreada na sua beleza.
Assim, no último sábado, na Vigília Pascal, “mãe de todas as vigílias”, os cristãos participaram numa Eucaristia bem diferente do habitual, composta de ritos exclusivos daquela noite, com uma estrutura litúrgica alterada, rica em símbolos e leituras…muito mais comprida no tempo.
Naquela noite foi acendido o círio pascal, que, entre todos os símbolos ligados à luz, é o que tem significados mais intensos e mais ricos: ele é símbolo de Cristo ressuscitado. Assim, o círio impõe-se pelas suas dimensões e pela nobreza da sua substância: o uso de cera branca de abelha é de tradição antiquíssima na Igreja e obrigatório.
No início da Vigília Pascal, o círio pascal é aceso no fogo novo benzido pelo sacerdote. Ornamentado de uma cruz, com as inscrições “alfa e ómega” e os algarismos do ano corrente, ele simboliza Cristo ressuscitado, luz do mundo, Senhor do tempo e da eternidade. Cinco grãos de incenso lhe são colocados em forma de cruz, símbolos das cinco chagas, doravante gloriosas, de Cristo. Cada um dos fiéis acende a sua vela da chama do círio pascal, sinal que a luz de Cristo é para todos e é transmitida de crente para crente a partir do próprio Cristo. Ele é levado em procissão, na frente do cortejo, e é aclamado três vezes: “A luz de Cristo! Graças a Deus!” Ao longo do Tempo Pascal, o círio será acendido em todas as celebrações litúrgicas para sinalizar a presença do Ressuscitado no meio dos seus. Ele acompanhará a vida do homem, desde o baptismo ao funeral porque Cristo é Emanuel, Deus connosco.
A pequeneza da chama do círio pascal pode parecer ridícula, mas no entanto ela dissipa as trevas, a noite é definitivamente vencida. Cada um pode acender a sua vela do círio pascal sem que a sua luz se atenua, é o milagre do Ressuscitado, o “já” e o “ainda não” da glória. Somos habitados por Cristo vivo mas é necessário deixá-lo transparecer nas nossas vidas. A coluna de fogo que abria o caminho dos hebreus no deserto irradiava os rostos do povo de Deus, com Cristo, é a seiva nova, a primavera de Deus, a luz do Ressuscitado que se manifesta.
Alegre-se a Igreja, nossa mãe,
Nesta noite de graça, aceitai, Pai santo,
Agora conhecemos o sinal glorioso desta coluna de cera,
Oh noite ditosa, em que o céu se une à terra,
Nós Vos pedimos, Senhor,
Amen.
2 comentários:
Época de reflexão e de fé.
Boa semana
Bjs Zita
Deus te abençoe por explicares no teu blog o que são os ritos pascais. Infelizmente ainda há muitas pessoas que não sabem. É bom haver quem as ensine.
Força com Cristo!
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