terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Tempo de espera

Parece que os cristãos adormeceram….
Baixaram os braços…
Percebe-se!
Há tanto tempo que Ele veio!

Perderam a sua Palavra…ela já não os estimula.
Estão cansados. Ficam entre eles e falam sempre dos mesmos problemas.
Têm medo de sair. Não ousam.
Mais uma vez perderam a audácia de empreender cada manhã
a edificação de um mundo mais humano pelo qual Deus os criou.

Perderam a esperança.
”Seremos ainda bons, perguntam-se angustiados,
para o anúncio da extraordinária noticia que derruba as escuras estruturas antigas
e indica os planos de um mundo renovado na fraternidade?”

Perderam a alegria.
Percebe-se!
As causas são tantas para o acanhamento;
primeiro o hábito de viver e acreditar,
depois a falta de entusiasmo devido à inevitável usura quotidiana,
o fracasso em cada esquina, o ardor do amor que se apaga,
e sobretudo, os acontecimentos do mundo e a sua lista de horrores,
de pazes falhadas, de economias em crise,
de pobreza em progressão e de miséria que se instala.

É tempo de eles entrar em Advento!
É tempo de eles caminhar para o Natal
para não esquecer a presença d’Aquele que algures,
num lugar abandonado, veio no meio deles
para partilhar plenamente a humana condição,
a sua existência de cada dia, as angústias, os sonhos,
o amor e o desejo infinito que está nela…

Advento, Natal, Epifania…
É o tempo em que o próprio Deus vem acordar a esperança dos seus filhos
dando-lhes o seu Filho por irmão.
É o tempo em que os cristãos, reanimados pela presença de Cristo nascido entre eles, reencontram a perseverança de viver como homens e mulheres dignos desse nome…
a obstinação de transformar a terra em humanidade digno desse nome…
Caminhos do Advento 1997

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